Jornada internacional contra as corpora��es multinacionais apoiadas pelo gobernó local, que est�o investindo nos recursos hídricos da Isl�ndia, com a constru��o de barragens gigantescas, a ponto de produzirem uma catástrofe ambiental de propor��es inigualáveis, destruindo regi�es de uma beleza única, com características bot�nicas, geológicas, biológicas e ecológicas de importancia cientifica universal.
A campanha “Salve a Isl�ndia”, depois de outros dois acampamentos de a��o em 2005 e 2006, este último nas terras já inundadas de Káhrahnjúkar e contra a represa e a fábrica de alumínio Alcoa em Reydafjordur, volta � carga para deter a destrui��o dos ecossistemas islandeses pela industrializa��o capitalista.
Todavia existem outros diversos planos para a constru��o de mais represas, centrais de energia, fábricas de alumínio e para muitas outras formas de industrializa��o corporativa que v�em a Isl�ndia, com todas suas posibilidades geotérmicas e ambientais, como uma nova regi�o a ser explorada para retirar benefícios gra�as � alian�a destas empresas com o governo, sem se importarem com os ecossistemas naturais (em alguns casos virgens) da ilha.
O acampamento de protesto será um ponto de reuni�o de ativistas de todas as partes do mundo e de lugares afetados pela fábrica de alumínio. Parar a destrui��o ecológica do último país n�o completamente colonizado da Europa seria uma grande vitória, e um incentivo importante para um movimento global contra a industrializa��o e o ecocídio.
O acampamento de protesto come�ará em 6 de julho e continuará ao longo do ver�o. Come�ará com uma grande confer�ncia sobre as conseq��ncias globais da industria pesada, que acontecerá entre os dias 7 e 8 de julho e que reunirá educadores, ativistas e afetados pela indústria do alumínio, represas etc, de diferentes partes do mundo para expor as diferentes experi�ncias e estruturar uma resistencia local e global de maior envergadura.
Proximamente se estabelecerá o acampamento de protesto. Tratar-se-a de criar um espa�o em que possam fluir todos nossos pensamentos e idéias contra a industrializa��o pesada de maneira criativa. Haverá oficinas, assembléias, atividades de rua, vários concertos de bandas islandesas emergentes como de outros grupos mais conhecidos mundialmente etc. � medida que nós vamos nos conhecendo e chegando mais pessoas, o acampamento irá apresentado atividades para chegar � sociedade islandesa e internacional.
Igualmente como nos acampamentos anteriores de protesto, nossos atos ser�o focalizados na a��o direta, como o bloqueio de rodovias ou maquinaria… etc. Qualquer pessoa com este tipo de experi�ncia será bem-vindo/a.
A localiza��o do acampamento de protesto n�o será revelado até poucos dias antes do come�o do mesmo. Haverá dois centros de informa��o em Reykjavik (Kaffi Hljómalind – Laugavegur, 21) e Egilsstadir. Haverá também um telefone de contato que será publicado logo. No acampamento a comida será vegana e se autogestionará por doa��es, embora será grátis para ativistas que venham de longe ou pessoas que tiveram que cruzar o mar para chegar aqui. Se estás interessado/a em participar como cozinheiro/a para grandes números de pessoas por favor entre em contato:
savingiceland@riseup.net
Para agir n�o se necessita algo nem ninguém, só sua própria vontade. Una-te!
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Sarah Lyall
New York Times
04/01/2007
Chaminés na neve dividem a Isl�ndia
Nas profundezas do inverno, praticamente só se enxerga neve por aqui. No entanto, em meio �s montanhas do centro da Isl�ndia, onde o monte Karahnjukar encontra-se com dois rios que v�m de uma grande geleira, um conjunto de barragens, túneis e reservatórios come�a a mudar a paisagem.
Trata-se do Projeto Hidrelétrico de Karahnjukar, um empreendimento de US$ 3 bilh�es para aproveitar a energia dos rios com um único objetivo: alimentar uma nova fábrica da Alcoa, a maior produtora de alumínio do mundo. Visto de perto, o projeto domina a paisagem. Com 730 m de comprimento e 200 m de altura, a barragem é a mais alta desse tipo na Europa. O reservatório cobrirá 57 km�. A energia gerada será transmitida por 50 km até a fundi��o de alumínio, � beira de um fiorde na cidade de Reydarfjordur.
Enquanto a Alcoa se prepara para iniciar a produ��o na nova fábrica no meio deste ano, o projeto motiva a mais inflamada pol�mica da história recente da Isl�ndia. Resultado de anos de esfor�o do governo de centro-direita para aumentar o investimento estrangeiro, o empreendimento já come�a a revitalizar o despovoado leste do país. Mas também mobiliza um grupo indignado e crescente de críticos, para os quais as autoridades sacrificam o bem mais precioso da Isl�ndia – a terra intocada – em nome da indústria pesada estrangeira.
Agora, com o estudo de planos para mais tr�s projetos de usinas hidrelétricas e geotérmicas ao lado de fundi��es de alumínio, os ambientalistas afirmam que a oportunidade de proteger a espetacular e frágil beleza natural do país está sendo perdida.
�Se todos esses projetos forem aprovados, será um total apocalipse para as regi�es montanhosas�, disse Olafur Pall Sigurdsson, um dos organizadores da coaliz�o Salvando a Isl�ndia, que reúne grupos opostos ao aumento da explora��o.
A Isl�ndia, um dos locais mais intocados do mundo desenvolvido, tem cerca de 300 mil habitantes. Dois ter�os vivem na capital, Reykjavik; os demais espalham-se por 103.000 km� de rocha vulc�nica, tundra sem árvores e planícies de vegeta��o rarefeita; 70% do território s�o inabitáveis.
Os islandeses tendem a tratar seu meio ambiente com respeito. O ar é t�o puro que o Protocolo de Kyoto deu ao país o direito de aumentar suas emiss�es de gases do efeito estufa em 10% em rela��o aos níveis de 1990.
Ao todo, as novas fábricas de alumínio exigiriam oito vezes mais eletricidade que a usada atualmente para o consumo doméstico da Isl�ndia, o que representaria uma enorme press�o sobre os rios e campos térmicos do país, disse Hjorleifur Guttormsson, ministro da Energia e da Indústria de 1980 a 1985. Guttormsson, um ambientalista, afirmou que a polui��o é outro motivo de preocupa��o: as fundi��es de alumínio s�o grandes emissoras de dióxido de enxofre, fluoreto de hidrog�nio e outros químicos.
Mas a Alcoa diz que equipou a nova fábrica com controles de polui��o de última gera��o e já cumpriu sua promessa de reduzir as emiss�es totais de gases do efeito estufa em 25% em rela��o ao nível de 1990.
O ministro da Indústia e Comércio da Isl�ndia, Jon Sigurdsson, afirmou que as propostas est�o sujeitas a vários obstáculos, incluindo, em alguns casos, referendos locais. Segundo ele, o governo sempre aplicou padr�es ambientais rigorosos a projetos de explora��o e prepara uma lei que designará quais áreas do país dever�o ser protegidas e quais t�m potencial de desenvolvimento.
A Isl�ndia é um país próspero, mas a prosperidade concentra-se em Reykjavik. O governo busca há tempos impulsionar a economia explorando o segundo maior recurso natural do país depois do peixe: a energia elétrica, derivada de uma vasta rede de rios e campos geotérmicos subterr�neos.
ALUMÍNIO
No entanto, como n�o é plausível exportar a energia, a idéia é importar a demanda. De certo modo, o alumínio parece uma solu��o perfeita. É uma indústria de energia intensiva que precisa de acesso fácil a portos, para a importa��o de matéria-prima e a exporta��o do produto acabado. A Isl�ndia possui energia limpa e disponível, litoral extenso e a proximidade do lucrativo mercado europeu. A primeira fábrica de alumínio do país foi construída na década de 1960; hoje existem duas, ambas perto de Reykjavik.
�O governo faz tudo para abrir caminho a essas fábricas�, disse Kolbrun Halldorsdottir, parlamentar do Movimento Esquerda-Verde. �Eles s�o obcecados com este esquema, como a Arábia Saudita é obcecada com o petróleo. N�o acreditam no empreendedorismo, nas oportunidades de trabalho em nossa cultura, no turismo. Só acreditam no alumínio.�
O projeto de Karahnjukar, planejado há anos, teve apoio do governo de coaliz�o de centro-direita, no poder há 12 anos. Pesquisas mostram que a maioria dos islandeses também o aprova, afirmando que ele levará emprego e dinheiro para os fiordes do leste.
GELEIRAS
Mas ambientalistas dizem que o projeto devastará cerca de 3% da massa de terra da Isl�ndia. Eles acrescentam que a barragem de Karahnjukar é instável, por ter sido construída perto de uma das áreas vulc�nicas mais voláteis do mundo. Logo ao sul, a geleira de Vatnajokull derrete rapidamente gra�as ao aquecimento global, o que aumenta a incerteza geológica.
�As pessoas foram enganadas. A meu ver, nem os políticos entenderam realmente o que estava acontecendo�, disse Andri Snaer Magnason, poeta, dramaturgo e romancista de 31 anos. Em 2005, Magnason publicou Dreamland, livro pol�mico que p�e as quest�es ambientais da Isl�ndia numa perspectiva global. Foram vendidos 18 mil exemplares – o equivalente, em propor��o, a 18 milh�es de cópias nos Estados Unidos.